ERYTHROXYLACEAE

Erythroxylum magnoliifolium A.St.-Hil.

Como citar:

Patricia da Rosa; Luiz Santos Filho. 2017. Erythroxylum magnoliifolium (ERYTHROXYLACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

616,228 Km2

AOO:

56,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro (BFG, 2015), predominantemente no municípios do Rio de Janeiro, onde ocorre em diversas localidades, no Parque Nacional da Tijuca (R. Ribeiro 775; T. C. Plowman 10096). Registro de 1980 para Jacarepaguá (T. C. Plowman 10101) e de 1878 para Santa Cruz (A. F. M. Glaziou 9358). Ocorrências também para o município de Saquarema (C. Farney 707).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Patricia da Rosa
Revisor: Luiz Santos Filho
Critério: B1ab(i,ii,iii,iv)+2ab(i,ii,iii,iv)
Categoria: EN
Justificativa:

Espécie caracterizada como subarbusto ou arbusto terrícola, ocorrendo nos municípios do Rio de Janeiro, Itaboraí e Saquarema. Apresenta EOO=540 km², AOO=52 km² e população severamente fragmentada, e tem como principal ameaça a expansão da área urbana no município de Itaboraí, na restinga de Saquarema, e, no município do Rio de Janeiro, nas áreas baixas como os bairros de Laranjeiras, Santa Teresa e Botafogo, em direção às encostas do Parque Nacional da Tijuca (Rocha et al., 2007; Fernandes et al., 1999) e de pequenos remanescentes de vegetação como o Morro Mundo Novo e o Parque Natural Municipal da Catacumba. No Parque Nacional da Tijuca são também ameaças o efeito indireto da presença da jaca (Artocarpus heterophyllus Lam.), que é uma espécie invasora (Abreu e Rodrigues, 2010), e do turismo (Soares, 2008). Considerando que muitos registros foram coletados há mais de 100 anos no município do Rio de Janeiro e Itaboraí, em áreas que atualmente estão urbanizadas, infere-se o declínio contínuo da EOO, AOO, qualidade do hábitat e de subpopulações.

Último avistamento: 2016
Quantidade de locations: 5
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

A espécie foi descrita originalmente na obra Flora Brasiliae Meridionalis (quarto ed.) 2(13): 93. 1829. A espécie também possui estípulas não estriadas (Plowman e Hensold, 2004).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não se conhece nenhum potencial valor ecônomico para este táxon.

População:

Detalhes: Ocorrência predominante no município do Rio de Janeiro, mas com registros de 1980 para Jacarepaguá (T. C. Plowman 10101) e de 1878 para Santa Cruz (A. F. M. Glaziou 9358). Suspeita-se da redução populacional, pelo avanço demográfico desordenado na Zona Oeste do município.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: bush, subshrub
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Arbusto ou subarbusto ocorrendo em Florestas Ombrófilas Densas associadas ao bioma Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro (BFG, 2015).
Referências:
  1. BFG (The Brazil Flora Group), 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66(4):1085–1113. doi: 10.1590/2175-7860201566411

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future local very high
A expansão da área urbana formal e informal da cidade do Rio de Janeiro sobre o maciço da Tijuca constitui o principal e mais antigo vetor de transformação da estrutura da paisagem. A ocupação espontânea do tipo favela ganha destaque pela característica peculiar de instalam-se, geralmente, em lugares menos privilegiados em relação à probabilidade de problemas erosivos, como áreas de grande declividade no sopé de afloramentos rochosos (Fernandes et al., 1999). Registros de 1980 para Jacarepaguá (T. C. Plowman 10101) e de 1878 para Santa Cruz (A. F. M. Glaziou 9358), sem novas coletas da espécie na região, nos últimos anos, levam a suspeita da redução populacional, pelo avanço demográfico desordenado na Zona Oeste do município.
Referências:
  1. Fernandes, M. do C., Lagüéns, J.V.M., Netto, A.L.C. 1999. O Processo de Ocupação por Favelas e sua Relação com os Eventos de Deslizamentos no Maciço da Tijuca/RJ. Anuário do Inst. Geociências - UFRJ 22, 45–59.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.3 Indirect species effects 8.2.2 Named species habitat past,present,future local high
Artocarpus heterophyllus (jaca ou jaqueira) introduzida a aproximadamente 150 anos no Parque Nacional da Tijuca já é considerada uma espécie invasora (de Abreu e Rodrigues, 2010), representando uma ameaça a perpetuação desta espécie na natureza.
Referências:
  1. De Abreu, R.C., Rodrigues, P.J.F. 2010. Exotic tree Artocarpus heterophyllus (Moraceae) invades the Brazilian Atlantic Rainforest/Árvore exótica Artocarpus heterophyllus (Moraceae) invade a Mata Atlântica brasileira. Rodriguésia 61, 677–688.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas habitat past,present,future local medium
O turismo é uma atividade muito intensa em toda a área do Parque Nacional da Tijuca (ICMBio, 2008).
Referências:
  1. ICMBio 2008. Plano de Manejo do Parque Nacional da Tijuca.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.3 Indirect species effects 8.1 Invasive non-native/alien species/diseases habitat present regional
A restinga que tem sofrido redução devido a ameaças como a remoção da vegetação para desenvolvimento imobiliário, o estabelecimento de espécies vegetais exóticas, a alteração do substrato original e a coleta seletiva de espécies vegetais de interesse (Rocha et al., 2007).
Referências:
  1. Rocha, C.F.D., Bergallo, H.G., Van Sluys, M, Alves, M.A.S., Jamel, C.E., 2007. The remnants of restinga habitats in the brazilian Atlantic Forest of Rio de Janeiro state, Brazil: Habitat loss and risk of disappearance. Braz. J. Biol. 67, 263-273.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie possui registros de coleta confirmado dentro dos limites do Parque Nacional da Tijuca (T. C. Plowman 10096) e possivelmente dentro dos Parques Estaduais da Pedra Branca e da Costa do Sol.